Mente Instável

sexta-feira, dezembro 01, 2006




Essa semana a CNN fez duas reportagens no Rio de Janeiro, uma reportagem sobre Vigário Geral (subúrbio do Rio) e uma entrevista ao vivo em frente à Rocinha. E também conversou com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, do diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, e da artista plástica Yvonne Bezerra de Mello, no MAC (Museu de Artes Contemporâneas) de Niterói.

O primeiro programa, exibido nesta terça-feira (28), provocou polêmica ao retratar o Brasil como um país violento, em que a pobreza e a desigualdade levam a graves conflitos sociais. Logo na abertura, o segundo programa parecia que ia seguir o mesmo caminho, com Clancy classificando o Brasil como “uma terra de contrastes” e o Rio de Janeiro, do outro lado da Baía de Guanabara, como “reflexo” dessa nação dividida por um “abismo social”.


A matéria sobre Vigário Geral vai da chacina de 1993, em que 21 pessoas morreram, ao sucesso do Afroreggae, sem esquecer o documentário “Favela Rising” que foi indicado ao Oscar. A reportagem lembrou também da violência entre as facções criminosas chamando Vigário Geral de “o mais violento entre os lugares violentos” para se viver. A repórter Helena Moura falou ainda sobre a ausência do Estado nas áreas mais carentes, argumentando que os moradores da região só o enxerga na presença da polícia.




Jim Clancy fez uma entrevista ao vivo com o Paulo Amendoim ( ex-participante do reality show “No Limite”) creditado como líder da comunidade. Na entrevista Amendoim, respondeu que “há droga em todo mundo”, dizendo que não há tanta violência na comunidade, ao ser perguntado pelo tráfico de drogas. E disse que existe interesse dos turistas em visitar a Rocinha. E ainda teve que responder a ridícula pergunta de Clancy sobre o que representaria o samba para comunidade. Amendoim respondeu que “o samba representa tudo”.



Em Niterói no Museu de Arte Contemporânea o debate promovido pelo jornalista Jim Clancy, no entanto, seguiu em um tom mais ameno, por força da presença dos três governistas. Questionados sobre o combate à desigualdade e a efetividade das atuais políticas sociais do presidente Lula, os entrevistados foram unânimes em apontar a importância do Bolsa-Família. Violência, educação, políticas de cotas, crescimento sustentável e o papel das elites foram outros dos assuntos abordados no programa, que teve quase uma hora de duração.



Os programas feitos pela CNN pode até ter pego um pouco “pesado” em relação as favelas e seu moradores, mas achei ridículo o que o Amendoim respondeu que “há droga em todo mundo”, dizendo que não há tanta violência na comunidade, ao ser perguntado pelo tráfico de drogas. Falar isso é tapar o sol com a peneira! Gostei também na parte em que eles citaram o Afroreggae, isso mostra que as reportagens não veio só pra criticar e sim pra mostrar o que acontece, quais são as saídas e o que de bom existe nas comunidades. Outra dura realidade que é mostrada nos programas é o “abismo social”, o que não deixa de ser verdade. Principalmente no Rio de Janeiro. A realidade tem que se mostrada nua e crua, e muita coisa tem que ser feita pra mudar.


"É muito fácil falar de coisas tão belas, de frente pro mar, mas de costas pra favela" - Planet Hemp
 
posted by Yan at 12:21 AM | Permalink


1 Comments:


At 12:27 PM, Anonymous Anônimo

e vamos todos ver o filme Turistas, que mostra como o Brasil é visto lá fora