1.
Para um país se desenvolver e criar condições para o seu povo viver bem há necessidade de:
Conhecimento (saber)
Tecnologia (saber-fazer)
Recursos Naturais (minérios, matérias-primas)
Energia
Água
2.
Qual a situação do mundo?
Há os países hegemônicos que possuem, e dificilmente repassam o conhecimento e a tecnologia. Eles conseguiram acumular riquezas porque além destas tecnologias, garantiram até pelo uso da força, a saída dos seus produtos e a venda em mercados externos, muitas vezes, por preços abusivos. Também trocavam seus manufaturados pelos produtos naturais com seus preços excessivamente desvalorizados.
3.
No mundo há os países que têm minérios e matérias-primas, dizem que eles são ricos, têm riquezas naturais, mas os preços destas "riquezas" estão sempre muito baixos. Por mais que trabalhem e se esforcem estão sempre sem dinheiro (Serra Leoa é um dos países mais pobres do mundo e tem minas de diamante).
4.
Vamos ilustrar os dois últimos itens?
A Inglaterra garantiu mercado para seus tecidos no Brasil, com a proibição de D.Maria, a Louca, rainha de Portugal, de haver teares na colônia brasileira sob pena de deportação do proprietário. Sem o silício (matéria-prima do minério quartzo) não há computadores pois é com o silício que se faz sua mais importante peça: o microprocessador (chip). Pois o Brasil exporta o quilo do melhor quartzo do mundo a 35 centavos. Sem minério de ferro não há como fabricar o aço. O Brasil exporta-o por preços decrescentes que, hoje chegam a 15 reais a tonelada (mil quilos!!!). Os produtos agrícolas estão sempre, também, se desvalorizando como o café, o cacau e a soja.
5.
O que representa vender uma tonelada de minério por preço tão baixo? Uma comparação demonstra o absurdo das coisas. Quando um brasileiro vai visitar os Estados Unidos e gasta 4.500 dólares, temos que vender mais de 500 toneladas de minério de ferro para que haja a quantidade de dólares para a viagem. Para se comprar um computador de uso pessoal temos que vender 2.500 quilos de quartzo. Hoje o problema é cada vez mais grave porque os países hegemônicos estão ocupando todos os setores que dão lucro: alimentos, telecomunicações, energia, além dos tradicionais setores de manufaturados, matérias-primas e minérios, empobrecendo cada vez mais os outros países.
6.
Com relação a Energia os países hegemônicos só têm fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis, carvão de pedra e petróleo. O primeiro com graves efeitos para a ecologia (efeito estufa e chuva ácida), o segundo acabando. Observem: um litro de petróleo custa mais barato que um litro de água mineral. Por que será? Petróleo tem que ser barato porque assim os países produtores de petróleo permanecem pobres (ganham pouco com o petróleo), os países industrializados gastam pouco com petróleo e permanecem ricos.
7.
O desenvolvimento tecnológico exige e exigirá mais, no século XXI, a utilização de materiais antes absolutamente ignorados. Você sabe qual mineral é fundamental para fabricação de turbinas de avião? E foguetes? E os tubos que exigem alta resistência? Tudo isso se faz com Nióbio, mineral a pouco tempo desconhecido mas que o Brasil detêm 98% da produção mundial. E vem a questão: qual a situação dos países hegemônicos quanto aos minérios essenciais à produção industrial?
Respondemos: Muito mal! Dependem quase 100% dos países explorados. E nós brasileiros temos todos os minérios essenciais. Agora podemos entender o porquê da preocupação das empresas transnacionais com sede nos países hegemônicos em transformarem-se em proprietárias dos minérios. Assim poderão garantir matéria-prima barata, quase pelo custo de extração e transporte. E defendem e defenderão os direitos de propriedade, mesmo que tenham sido obtidos por meios espúrios e até pela força.
8.
Com infeliz respaldo da lei de patentes do "governo brasileiro", as plantas da Amazônia estão sendo registradas a partir de estudos genéticos com o que, provavelmente, nos farão pagar, amanhã, taxas para tomar um simples chá das nossas próprias plantas.
9.
Para a manutenção do cenário atual mundial com os países hegemônicos (exploradores) mantendo para si altos padrões de vida e impondo aos países explorados um presente e futuro de dificuldades e pobreza, há cinco estratégias:
Invasão Cultural
Desmoralização das Forças Armadas
Desmantelamento do Sistema Sindical
Domínio dos Meios de Comunicação
A ocupação econômica.
A invasão cultural está óbvia nos letreiros das lojas, na aquisição das editoras nacionais, na conquista do mercado de livros didáticos nacionais, na busca da destruição da unidade lingüística, única existente no mundo - a do Brasil de extensão continental com apenas o português falado em todo território.
Uma das mais fortes e quase com certeza principal fonte de nacionalismo aqui existente desenvolve-se nas Forças Armadas, por isto, observa-se a sistemática campanha para destacar alguns aspectos negativos na tentativa de desmoralizar e tirar qualquer força e liderança para defender o País.
O sistema sindical tem sido estimulado nas questiúnculas internas e está perdido pelo jogo de ambições e intrigas da busca de fatias do poder (precisamos nos lembrar da capacidade dos europeus em desenvolver desarmonias entre grupos, pela sua atuação na África). Desagregado o sistema sindical, fica mais difícil a mobilização popular para resistir ao desmantelamento da estrutura de produção nacional.
O domínio dos meios de comunicação torna-se evidente quando apenas assuntos emocionais e superficiais são tratados, não havendo qualquer discussão dos temas de relevo para o interesse do país.
Um chute a gol dado por um jogador (de um time popular comprado por uma empresa estrangeira) tem todo destaque e não há qualquer referência às conseqüências e implicações das privatizações em confronto com a vontade e a necessidade do povo brasileiro.
A ocupação econômica evidencia-se pela compra de supermercados, editoras, bancos, empresas de seguro, transporte, engenharia. Quem domina a economia ocupa o país.
10.
Não posso fazer nada! É o que quase todos dizem.
Esta é a postura que aflora, pois há uma destruição da nossa auto-estima sendo executada pelos meios de comunicação. Pois saiba que podemos fazer e muito no ambiente do nosso viver. Isto criará uma consciência e uma força na qual a soberania terá que se inspirar.
Desvalorizar os importados. Cada produto importado comprado representa o desemprego de vários brasileiros. Valorize a nossa língua. Nada de letreiros, escritos, avisos e até nomes de lojas em línguas estrangeiras. Manifeste a sua indignação: mande telegramas, cartas, telefonemas para os traidores que entregam o nosso patrimônio. Ameace não votar mais nos políticos coniventes (não vote em traidor). Valorize e incentive quem defende o Brasil.
Discuta com todo mundo, amigos, conhecidos, vizinhos e parentes as barbaridades que estão fazendo:
Entregar o sistema de comunicações todo pronto para as empresas estrangeiras.
Sistema elétrico já com todo investimento realizado passando para as mãos dos estrangeiros.
Times de futebol e até a seleção brasileira aprisionada e sendo propriedade de empresas estrangeiras.
Preços dos minérios e produtos agrícolas aviltados (parar de vender).
As absurdas isenções de impostos para estrangeiros e exportações.
Temos que produzir primeiro para que nenhum brasileiro passe fome.
É um absurdo Banco estrangeiro poder atuar dentro do Brasil - pegar os nossos depósitos e usar como quiser. Nenhum país decente admite isso! Como vão usar a nossa poupança? Reaja!
Denuncie o absurdo das Prefeituras obterem financiamento em dólar para fazer calçadas, meio-fio, galerias de águas, recapeamento de estradas. Isso não exige dólar. Faz aumentar nossa dívida. E impede reajuste para os funcionários
Temos que defender a Amazônia e o Brasil. Há séculos destroem povos menos favorecidos com pólvora e canhão. Hoje, procuram nos destruir com juros, traições e domínio das comunicações e dos sistemas de produção.
Dez Coisas Que Todo Brasileiro Deveria Saber
Autor: Rui Nogueira
Fonte: http://www.mv-brasil.org.br